Eram, mais ou menos, cinco da tarde Um suco na beira da praia Alguns passeavam Outros saíam do trabalho Começava um engarrafamento Eu estava ali Vendo tudo Eu tava sozinho Ninguém viu Mas eu chorei Começava a música na igreja Famílias se sentavam juntas Aquele hino ecoou Pessoas batiam palmas Alguns fechavam os olhos Eu estava lá Senti tudo Eu tava sozinho Ninguém viu Mas eu chorei Metrô lotado indo pro trabalho Pessoas abalroando-se pelos vagões Conversas silenciosas em olhares constrangidos Eu consegui me sentar Fingia ler um livro Eu estava lá Quieto e sentado Eu tava sozinho Ninguém viu Mas eu chorei No vai e vem da vida Eles passam, elas também Corre que não dá tempo Não perca o horário do trem Nem que precise pisar as flores Eu estava lá E isso me doeu Eu tava sozinho Ninguém viu Mas eu chorei De novo! SX Verão/2022 (*) Imagem encontrada no blog da Natália Coelho. Sem indicação da autoria.

Palavras lavradas com sentimentos puros. Continue!
Obrigado, Profa… bjão!
sx
Nossa! Muito forte !
Realidade de muitos, infelizmente!
A multidão que passa mecanicamente…
Ao ler seu poema
Ele me tocou
Eu tava sozinha
Ninguém viu
Mas eu chorei
Que lindo, Joelma… chorar tb faz bem.
SX
Estar à sós é também uma etapa de nossos dias. Nem sempre aplausos, nem sempre clicks, nem sempre postagens… faz parte da trajetória de nascer sozinho, mesmo vindo de u’a mãe e um pai; morrer sozinho, mesmo que haja hospital, velório, família…
O estar sozinha, não chega a ser falha, erro, depressão ou solidão. Aprendemos estar à sós, com Jesus, e isso é muito bom.
É bom sermos vistos, ainda que no momento do “estarmos à sós”; e se for chorar..
quem sabe tem alguém chorando também, quem sabe, em outro lugar, circunstância… tão sentido quanto, no calor aquecido da alma que umecta o olhar.
Lindo, Wilson. Abraço, irmão!
sx