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66. FALSOS COGNATOS OU FALSOS AMIGOS (Jornal de Brasília – 4 de setembro de 2018. p. 17)

FALSOS COGNATOS OU FALSOS AMIGOS

Estou aqui na terra da Evita Perón. Aliás, estou hospedado em um hotel que fica onde era a sua primeira residência. Dormindo na história, e passando por algumas observações, resolvi escrever sobre “faltos cognatos” ou “falsos amigos”.

Que falsidade é essa?
Falsos amigos ou falsos cognatos não são aquelas pessoas que curtem fotos feias no Facebook. Trata-se de um termo usado na linguística para apontar pares de palavras que se parecem em línguas distintas, mas que têm significados diferentes. Alguns até mesmo nos espantam.

Quando falei do Facebook, foi por me lembrar da conversa que tive com alguém no hotel que não sabia o que era nem um dos dois termos. Ela disse que “falso amigo”, aqui, era gente que não era sincera. Claro! Além disso, a palavra em espanhol é cognado. Descobri depois.

Os exemplos mais comuns
Quando falamos dos termos que mais nos espantam por parecer muito em espanhol e que nada têm a ver com nosso significado, creio que a palavra que logo vêm à cabeça é “embaraçada”. Eles a escrevem com z: embarazada, e o vocábulo nada tem a ver com vergonha, mas com gravidez. Significa: grávida.

Da mesma forma, outras palavras podem trazer problemas de interpretação. Chama-se de “esquisita” uma comida gostosa. Já depois de comer em um restaurante, você pode tranquilamente deixar uma “propina”, sem medo de ser investigado pela Lava Jato. Trata-se apenas de gorjeta. E se estiver numa loja experimentando uma camisa e o vendedor falar para “mirar a la espalda”, não procure uma espada. Ele só quer que você olhe as costas da roupa. Ah! E “presunto” não é aquele fatiado da padaria, nem um morto executado e abandonado na rua, mas é só algo “presumido”, ou “suposto”. Um “presunto culpado” é o tradicional “suposto culpado” que se encontra muito nos jornais.

Mais casos curiosos
Há três palavras que se aproximam curiosamente nesse campo que são “polvo”, “pueblo” e “pulpo”. Se escutamos ou lemos “polvo”, em primeira análise, podemos traduzir para “polvo”. Mas, alguém que tem um mínimo de contato com o espanhol vai se lembrar de “pueblo”. Então procurará saber e vai ver que “polvo” nada mais é que “pó”. Assim, ficará curioso e buscará a tradução para “polvo” em espanhol. Encontrará a palavra “pulpo”.

Outra particularidade engraçada é saber que você vai beber água no “vaso”. Sim, o nome do copo em espanhol é desse jeito. E quando tiver contato com a palavra “copa”, lembre-se de que se trata de “taça”. Copa e taça te lembram alguma coisa? Já taça (que escrevem “taza”) eles usam para xícara.

O assunto é muito grande, acredite. Mas para finalizar, note que se você quiser traduzir para o espanhol a expressão “jogar fora”, para atirar alguma coisa ao lixo, e falar “jugar fuera”, na verdade, isso significa “brincar fora” de casa.

Pelo link abaixo, você consegue baixar, gratuitamente, a página em PDF do Jornal de Brasília:

https://drive.google.com/file/d/1cmcxEKp5JvyoDO4GJzTnhYWV-y5eJo3Y/view?usp=drive_link

2 comentários em “66. FALSOS COGNATOS OU FALSOS AMIGOS (Jornal de Brasília – 4 de setembro de 2018. p. 17)”

  1. Quando trabalhava no hotel, após o atendimento , um Argentino me ofereceu propina. E eu neguei porque achei que fosse algo ruim rs. Mas era só a gorgeta que eu rejeitei.. 🥲

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