O trabalho foi apresentado no 8º Encontro de Letras da Universidade Católica de Brasília e trata do cenário do rock até que se apresente a banda de “saravá metal” Gangrena Gasosa; busca compreender o fenômeno da ironia por meio da intertextalidade; e mostra um pouco dessa linguagem irônica nas letras da banda.
RESUMO
O rock extremo brasileiro é considerado, por muitos, somente uma reprodução das realidades norte-americana e europeia. A crítica vem pela utilização do inglês em suas letras e de temáticas que não se relacionam com a nossa cultura nacional. A Gangrena Gasosa é uma banda que atua desde os anos 1990, no Rio de Janeiro, e utiliza como tema de suas músicas a umbanda e o candomblé. Em suas letras, pode-se perceber uma carga de crítica a essa forma de fazer rock extremo no Brasil. Com ironia, mesmo cantando em português, utilizam o inglês misturado para que alguns termos tenham impacto; e fazem a transferência do tema do satanismo para a religiosidade afro-brasileira, mostrando que a realidade do brasileiro é essa e não temas religiosos quenão têm afinidade com os costumes de nosso país. Através da Análise de Discurso Crítica, utilizaremos a intertextualidade para encontrar os elementos irônicos que apontam a prática discursiva da crítica a essa forma de fazer música. O trabalho da Gangrena Gasosa revela uma prática social de afirmação da cultura brasileira. Em suas músicas, a banda dialoga com vários elementos culturais e religiosos. O próprio rock do grupo é eivado de musicalidade nordestina, de samba e outras nuanças.
Para citação:
XAVIER, Sandro. Intertextualidade e ironia na Gangrena Gasosa: santo de casa também faz milagre!. In: 8º Encontro de Letras da Universidade Católica de Brasília, 2010, Brasília. Anais do 8º Encontro de Letras da UCB, 2010. p. 125-145.
Acesso ao texto completo:
https://drive.google.com/file/d/1cdhfNsoaTr9BvDhqqBBe3UBw_3e0Dkxc/view?usp=sharing
Imagem:
Capa de fita demo de 1991 da banda.